quarta-feira, 13 de maio de 2015

HIPER MAIS BARATO - CONSUMIDORES ACUSAM LOJA VIRTUAL DE GOLPE E FRAUDE




NOVA LOJA VIRTUAL HIPER MAIS BARATO PREOCUPA ESPECIALISTAS E CONSUMIDORES

Uma nova loja virtual no e-commerce nacional vem preocupando especialistas de Segurança da Informação e começa a despertar a atenção das autoridades. 
Lançada há pouco mais de 1 mês, a Loja Virtual Hiper Mais Barato bateu o impressionante recorde de 1.700 reclamações em pouco tempo de atividade. Os dados são do site Reclame Aqui, especializado em Defesa do Consumidor Online. 
As atividades da "suposta empresa" chamam a atenção pela agressividade de marketing que inclui o primeiro lugar no top do buscador Google e nas campanhas de mídia em redes sociais, como o Facebook. Os produtos baratos são a maior atrativo que levam centenas de consumidores a reportar serem vítimas da loja virtual.
O caso lembra muito o ocorrido com o Dia Magazine que há alguns anos lesou milhares de consumidores, espalhando-se pela rede de forma viral e replicando em diversas outras marcas. A batalha eletrônica só terminou com a intervenção do PROCON e da Fundação Proteste, até que o Ministério da Justiça retirou os sites do ar, mas até hoje milhares de consumidores contam os prejuízos.
De acordo com o especialista em Direito Digital do CTMD TI, Orlando Almeida, os consumidores devem ficar atentos à reputação das lojas virtuais na internet, e desconfiar de promoções muito vantajosas ou duvidosas. 
Recentemente até uma webpage foi criada no Facebook para reunir consumidores lesados pela Hiper Mais Barato. Na página, é possível ler vários relatos de consumidores que afirmam serem lesados.

Os relatos dos consumidores mostram que o site aparenta ser atividade fraudulenta, uma vez que esta a vender produtos mas não entrega as encomendas, caracterizando crime contra a economia popular e lesão à coletividade. O site também não presta o atendimento aos consumidores que reportam, lesados.

Foi uma consumidora de Bauru - SP quem descobriu o CNPJ da Hiper Mais Barato. Quem esta por trás da marca é EVEREST LOJA DE DEPARTAMENTOS - EIRELI, CNPJ: 19.972.673/0001-31. A empresa declara estar localizada na Av. Nazaré, nº 685, bairro do Ipiranga  - Conjunto 07 - São Paulo - CEP 04263-000. A empresa declarou ainda ter um Capital Social de R$150.000. Foi fundada em 2013 e a proprietária é LUZIA F. FERNANDES. Os dados estão disponíveis no site da Jucesp. Também é possível acessar dados da empresa por meio do site da Receita Federal digitando o CNPJ.

Muitos consumidores não poupam esforços para recuperar o valor perdido. Uma consumidora de Bauru entrou com ação contra a Hiper Mais Barato por apenas R$89,00. O processo ainda esta em andamento e pode ser visto aqui.

Outra informação que vale a pena ser destacada é o fato da empresa ser uma EIRELI. No Brasil existem várias modalidades de constituição empresarial, sendo as principais a LTDA, ME, MEI, S.A, EPP e a EIRELI, esta última, tem como caraterística o fato de que o sócio/proprietário não responde com seus bens por qualquer prejuízo causado pela empresa, ou seja, na constituição empresarial EIRELI a pessoa jurídica e a pessoa física não se confundem, o que não acontece com os demais tipos de empresa. Esse tipo de empresa tem sido muito criticada, exatamente porque a maioria dos crimes contra a economia popular estão partindo desse tipo de constituição empresarial. Vide mais informações aqui.

Como o domínio http://www.hipermaisbarato.com.br esta em posse do Registro.BR, é necessário cautela para utilizar o site de compras eletrônicas, tendo em vista o aumento da demanda de reclamações. Os consumidor também podem entrar em contato com o Registro.BR para registrar uma reclamação. Quando mais reclamações, maior a probabilidade do site ser retirado do ar.

As reclamações digitais levam a crer tratar-se de mais uma loja virtual no mundo do cybercrime, que existe unicamente com o propósito de lesar consumidores, podendo neste caso contribuir para a criminalidade, e a prejudicar a concorrência nacional. No entanto, somente as autoridades competentes terão poder de com o tempo, atestar se as reclamações dos consumidores e o alerta dos especialistas em segurança digital realmente procedem.


O especialista em Direito Digital do CTMD TI lembra que os riscos de problemas com as compras ocorrem tanto em lojas físicas, quanto em lojas virtuais, mas no caso das compras eletrônicas, os consumidores tem instrumentos para pesquisar a reputação e idoneidade da empresa antes de efetuar o pagamento. Segundo Orlando, em Lojas novas ou naquelas que o consumidor não tem relacionamento ou experiência de compra, a melhor defesa é comprar com cartão de crédito, pois é possível abrir disputas com as operadoras em caso de não recebimento do produto. "Em situações como essa onde não se pode identificar a pessoa jurídica, o consumidor pode ingressar contra a operadora do cartão se esta se recusar a cancelar a cobrança", afirma o especialista.

A melhor maneira de se defender contra o não recebimento do produto é solicitar o cancelamento junto à operadora de cartão de crédito. Há casos em que a operado do cartão ou banco se recusa a efetuar o cancelamento. Nesse caso recorrer a PROCON ou ao Pequenas Causas contra o banco/operadora é o melhor caminho. Em caso de pagamento por boleto bancário, o consumidor deve identificar no boleto o nome do banco, e o código do cedente. De posse do código do cedente (que identifica o número do estabelecimento emissor), basta pesquisar nos sites dos bancos para identificar qual agência bancária controla a conta jurídica da empresa emissora. De posse do boleto, o consumidor deve dirigir-se à agência do banco emissor e registar uma reclamação. Também deve comunicar à gerência da agência as fraudes. Em geral, os bancos tem interesse em banir esses tipos de clientes. É importante registrar um boletim de ocorrência também contra a loja.


O banco e agência emissora do boleto é co-responsável pelos danos, uma vez que os bancos são obrigados a fazer a análise cadastral e auferir todos os dados do lojista antes de permitir que aquela empresa emita boletos bancários. A emissão de boletos bancários pelo lojista não é um processo simples. Quase sempre, o banco também foi lesado com dados falsos para abertura da conta. 

Outro problema esta no uso de intermediadores de pagamento. Deve-se evitar ao máximo efetuar compras com Mercado Pago, PagSeguro, Bcash e similares. Essas empresas foram criadas com o propósito de intermediar a relação lojista-cliente, mas na prática, a segurança delas não funciona. Quase sempre o consumidor tem que envolver uma 3ª pessoa na negociação. Além disso, por serem aplicadas comissões, as compras quase sempre saem mais caras. O PagSeguro, por exemplo, cobra 3% de juros por parcela do consumidor, quando o padrão do mercado esta entre 0,99% a 2% a.m. Só o Mercado Pago, que opera pelo site Mercado Livre tem mais de 15.000 reclamações não atendidas e sua nota no site Reclame Aqui é menor que 2 (algo como muito ruim). Essas empresas aproveitam da morosidade judicial e são recordistas de processos na justiça que levam anos para serem solucionados.

No entanto, antes de sair por aí reclamando da loja, registrando B.O ou comunicando à agência, deve-se certificar que a loja realmente descumpriu os termos da venda. Se os prazos estiverem excedidos, houver dificuldade de comunicação ou não entrega do produto, são bons motivos para registro da queixa. Caso contrário, tente chegar a um acordo com o lojista, pois dependendo da queixa feita, poderá ser entendido como falsa comunicação de crime. 

No caso da Hiper Mais Barato, as evidências demonstram se tratar de golpe virtual. Os certificados de segurança do rodapé do site, por exemplo, não funcionam. São apenas images para falsear a segurança, mas não levam a nenhuma organização de validação de segurança. A aparência gráfica do site esta muito bem organizada, mas é possível notar uma desconformidade na coloração do site. O consumidor também deve ficar atento a recursos gráficos exagerados. Por exemplo, o botão comprar da loja Hiper Mais Barato é um ícone animado que induz o consumidor a compra "imediatista". É como se a loja quisesse levar o consumidor a comprar logo quando ele entra, sem se importar com as especificações do produto, explica o Especialista Orlando Almeida.

As evidências contra a Hiper Mais Barato são tão fortes, que até vídeos a "empresa" confeccionou para o YouTube. Se confirmado, trata-se de uma quadrilha que construiu um tipo de fraude altamente sofisticado.



A maioria dos consumidores quase sempre sabe do risco de golpe quando efetua a compra. "É como se aquela pulga estivesse atrás da orelha, mas a vontade de comprar é tanta e o preço tão atrativo que deixam a desconfiança de lado", comenta Orlando. O vídeo abaixo demonstra bem-isso. Notem que a consumidora tinha ciência do risco quando efetuou a compra:


Confira algumas dicas para evitar cair em golpes de lojas virtuais: 

1. Antes de comprar, teste o atendimento da loja. Ligue nos telefones da empresa, chats, skype, etc. Verifique se o atendimento é profissional ou amador. Antes de comprar, ligue ao menos 2 ou 3x, nem que seja a nível de pesquisa ou curiosidade. 
2. Verifique a URL da loja, se contem o ".BR". Evite comprar em sites somente com domínio ".com". Geralmente são lojas hospedadas no exterior.
3. Observe atentamente o design do site. Verifique a qualidade das imagens, coloração e erros de português. Quase sempre os criminosos não são cuidadosos. 
4. Compare os preços. Preços muito vantajosos é certeza de golpe!
5. Envie alguns e-mails, teste o tempo de resposta, verifique como as mensagens são respondidas e organizadas.
6. Localize certificados de segurança (geralmente no rodapé do site) e clique sobre eles para verificar se realmente conduzem a uma entidade certificadora
7. Pesquise a empresa nas redes sociais
8. Verifique a reputação da empresa em sites de Reclamações
9. Evite lojas que exijam uma única forma de pagamento, ex: só boleto, pedidos de depósito bancário, etc.
10. Leia o contrato e a política de privacidade do site.
11. Imprima tela à tela o pedido. 
12. Se a loja disponibilizar o endereço físico e CNPJ, use o site da Receita Federal e Correios para analisar esses dados. Observe que essas informações não são mais informações públicas. A loja só fornece o CNPJ se ela quiser. Uma portaria da Receita Federal retirou a obrigatoriedade de fornecimento desses dados, ficando a critério do lojista disponibilizá-los ou não na rede mundial de informações. 
13. Não compre por impulso. Substitua o "olhou, comprou, pagou, chorou" por "olhou, pensou, analisou, testou, checou, conversou, negociou, pagou, comemorou. 

Abaixo você pode conferir a lista das 10 varejistas mais confiáveis para se comprar online:

1. Americanas
2. Extra
3. Magazine Luiza
4. CTMD ESHOP 
5. Wallmart
6. Ponto Frio
7. Submarino 
8. ShopTime
9. Kabum
10. Ricardo Eletro


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